COMPLICAÇÕES DA LESÃO MEDULAR

As principais complicações da lesão medular se devem principalmente a falta de seguimento com os cuidados orientados durante consultas e terapias, sendo as com maior risco para o paciente a ÚLCERA POR PRESSÃO, a DISREFLEXIA AUTONÔMICA e as INFECÇÕES URINARIAS REPETIDAS,

É importante lembrar que as complicações são muitas vezes interligadas, como por exemplo as infecções urinárias com o aumento do automatismo e espasticidade ou aparecimento de disreflexia autonômica e ,claro, quando o paciente apresenta mais espasticidade, maior a chance dele ter alguma deformidade posteriormente.

Por isso os cuidados com prevenção de complicações é de extrema importância e deve ser sempre a prioridade da equipe e do paciente.

Úlceras por pressão –a alteração da sensibilidade e a permanência durante muito tempo numa mesma posição podem ocasionar feridas na pele  (úlceras) que, se não tratadas, tendem a  evoluir podendo atingir músculos e ossos. É um grave risco ao bem-estar e à saúde do paciente e leva ao atraso na reabilitação do paciente.

​Cuidados com a pele usando cremes hidratantes, evitando roupas e calçados apertados, mantendo as unhas aparadas e a pele seca, fazendo descompressão na cadeira de rodas e no leito, fazendo uma alimentação e hidratação adequada e observando sempre a pele em busca de manchas vermelhas ou pequenas lesões, para que sejam logo tratadas, são de extrema importância. Veja técnicas de alivio de pressão nas próximas páginas.

Principais localizações das úlceras

Disreflexia autonômica – Mais comum em lesões mais altas.
É o alerta de que algo esta errado!

Como o corpo está impedido de reagir voluntariamente, um conjunto de sinais e sintomas (aumento da pressão, suor e vermelhidão acima do nível da lesão, dor de cabeça, mau estar, calafrios e até sensação de morte eminente) surge em resposta a algum problema localizado geralmente é causada por um problemas como infecção urinaria, falta de sondagem vesical de alívio, fezes impactadas, unhas encravadas e até roupas muito apertadas. É preciso ficar bastante atento à disreflexia autonômica, pois é necessário tomar medidas emergenciais para não correr risco de vida.

As medidas iniciais devem ser tomadas assim que observar os sintomas, tentando aliviar os fatores que possam estar gerando este alerta. Se não for possível achar o fator desencadeante é importante procurar o pronto atendimento.

•    Bexiga – quando há perda da função fisiológica da bexiga, o organismo não cumpre com os processos de eliminação e retenção urinária satisfatoriamente. A pessoa muitas vezes perde a sensação, o controle e a vontade de urinar, com isso, há um aumento da retenção da urina podendo ocasionar infecções urinárias de repetição, bem como refluxo urinário para o rim com consequências funcionais para o órgão.

É muito importante manter essas funções controladas o máximo possível e, para isso, é necessário consultar um médico urologista periodicamente ; na maioria das vezes é necessário a realização de cateterismo vesical intermitente, ou seja, a introdução de um catéter na bexiga para saída da urina.

•    Intestino – quando há perda da função fisiológica dos intestinos a pessoa pode perder a sensação, o controle e a vontade de evacuar, bem como a musculatura abdominal mais fraca ocasiona uma diminuição nos movimentos normais do intestino levando ao aumento da prisão de ventre, e também a perdas fecais involuntárias.

É muito importante manter essas funções controladas para evitar piora de sintomas gástricos como dor abdominal e também espasticidade e aumento do risco de infecções urinárias, para isso uma dieta balanceada, hidratação adequada é muito importante e não podemos esquecer da atividade física e auto massagem. Veja a seguir uma receita laxativa natural que você pode preparar em casa:

2 AMEIXAS SECAS SEM SEMENTE
150ML DE SUCO DE LARANJA COM BAGAÇO
1 FATIA PEQUENA DE MAMÃO

BATA TUDO NO LIQUIDIFICADOR ( PODE ACRESCENTAR GELO À VONTADE) E TOME PELA MANHÃ EM JEJUM!!

Espasticidade – Após a lesão medular e a interrupção das vias nervosas, os músculos e tendões sofrem alterações na sua capacidade de contração e alongamento para a realização de movimentos. Na espasticidade, observa-se um aumento do tônus muscular, aumento dos reflexos e aparecimento de contrações sucessivas de um grupo muscular. A espasticidade é visível, pois há uma contração muscular brusca levando a uma movimentação em bloco, os braços e as pernas se dobram ou esticam desencadeando um tremor generalizado. Nestes casos é importantíssimo a manutenção das atividades da fisioterapia em casa, com a prática de alongamento diários e uso de órteses de posicionamento bem como uso adequado de medicação. Em alguns casos a aplicação de toxina botulínica é indicado pelo médico fisiatra responsável, sendo realizada no próprio ambulatório.

A espasticidade pode estar associada a dor e aumenta a possibilidade de deformidades articulares a longo prazo.

A piora repentina da espasticidade pode se dar em resposta a estímulos nocivos ( assim como na disreflexia autonômica) devendo servir de alerta ao paciente.

Dor – muitas vezes relacionada a má postura e a práticas inadequadas de atividade física a dor no lesado medular muitas vezes é controlada com alongamentos e medidas posturais adequadas, no entanto em alguns casos a dor esta relacionada diretamente a lesão na medula e acaba tendo o controle mais difícil, necessitando, muitas vezes, de múltiplas medicações e procedimentos mais invasivos.

Hipotensão postural – As tonturas posturais também podem ocorrer ao mudar de posição (de sentado para deitado ou vice-versa), levando a pessoa a sentir a visão turva, tonteira e às vezes um pouco de suor e palidez. Realize as mudanças posturais de uma forma lenta para que o organismo aos poucos se adapte à nova posição.

Edema – como há falta de mobilidade, a circulação fica prejudicada e pode causar inchaços (edemas) localizados nas mãos e nos pés. eleve as pernas ou os braços de acordo com a região afetada, colocando um travesseiro sobre elas para facilitar a drenagem do edema. Se o inchaço estiver associado a vermelhidão local é importante procurar um pronto atendimento para descartar infecção e/ou trombose venosa. 

Sexualidade – a lesão medular também provoca algumas mudanças na vida sexual, mas cada pessoa reage de uma forma, sendo importante lembrar que haverá mudanças, mas que nada impede que se tenha uma vida sexual ativa e prazerosa.

Ossificação heterotópica
– formação de osso em local onde não devia haver osso é o significado desta complicação, esta relacionado a alterações celulares, devemos diagnosticar precocemente, para que medidas terapêuticas sejam tomadas. Normalmente o paciente refere dor articular acompanhado de diminuição da movimentação associado a calor e vermelhidão local (nem sempre presente). A articulação mais afetada costuma ser a do quadril o que para um paciente que utiliza a cadeira de rodas pode se tornar um impecílio muito grande se a ossificação o impedir de sentar-se adequadamente na cadeira.

Para evitarmos complicações é imprescindível  atenção às orientações dadas pela equipe, e a manutenção dos cuidados gerais em casa, com exercícios domiciliar de alongamento e fortalecimento, sondagem vesical nos horários e momentos programados, alimentação saudável, atividade física regular ( intensidade varia para cada paciente) cuidados com a pele e intestino.

É PAPEL DO PACIENTE TER O CONTROLE DE SUA VIDA E PROCURAR SEMPRE PELA INDEPENDÊNCIA, AUTONOMIA, E INTEGRIDADE FISICA, A EQUIPE MULTIDISCIPLINAR FORNECE A FERRAMENTA PARA QUE ALCANCEM SEUS PRÓPRIOS OBJETIVOS. 

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